sábado, 27 de março de 2010

Olhando para o próximo

Olhando para as pessoas podemos identificar um pouco de seus gostos, porém não sabemos sobre seu caráter. Muitos acham que o exterior de alguém reflete em sua alma, o que é errado. Tal idéia dá força a diversos preconceitos, entre eles a homofobia, pois se julga um ser humano apenas pelo que ele aparenta ser e não pela sua essência.
Esses tipo de pensamento é presente em pessoas das mais diversas tribos e afeta não apenas aqueles que são considerados como maioria. Conversando com um amigo e analisando as conversas familiares, notei que muitos veem o homossexual como aquele esteriótipo banalizado pela mídia, porém nem todos são assim. Há gays, lésbicas e bissexuais que não necessariamente são afeminados ou masculinizados, no segundo caso, mas vivem como as demais pessoas e se mostram  melhores até do que muitos heterossexuais.
O que pretendo dizer com essa enrolação toda é: não se julga alguém pelo que se pensa que deve ser ou pela aparência física, mas pelo seu caráter. Minha família, com toda a elite e a tradição militar, vê o homossexual como anormal ou fora dos padrões. Já ouvi coisas absurdas dentro de casa. Ouço que não devo envergonhar a casa, que não devo entristecer meus pais e até que posso ser agredido dentro de casa devido ao fato de eu ser gay.
É difícil entristecer alguém sabendo que é algo inevitável, mas aquele que sofre sabe que escolhe sofrer por isso e não vê os pontos positivos de seu filho. Cansei de chorar muitas noites por não saber o que fazer quanto a isso. Sei que não devo contar, pelo menos agora, mas não ligo mais pro que pensem de mim. Muitos se revelaram ser amigos de verdade quando eu me assumi para os mesmos, pois disseram que me davam toda a força e que gostavam de mim pelo que eu era e não pelo fato de eu ser gay ou não.
Sei como é difícil ser aceito numa sociedade cheia de tabus, mas digo que a pior aceitação é a de uma pessoa para si mesma, no início. Já fiz besteira ao tentar suicídio pelo fato de não me aceitar, mas hoje sei que isso não vale a pena e que aqueles que me apóiam não merecem sofrer com isso. Assim como sei que aqueles que não gostam de mim não merecem minhas lágrimas.
O que sei é: que a sociedade somente tomará um rumo ao que seria um início de avanço cultural e de convívio, quando TODOS os preconceitos começarem a ser quebrados. Ao falar isso digo que homossexuais, mulheres em geral, pessoas de baixa renda e as mais variadas minorias existentes, no fundo lutam pela mesma causa, ms cada luta somente surtirá efeito quando cada segmento se unir para poder se unir aos demais, ou seja, quando os gays deixarem de se desunir, assim como as outras pessoas oprimidas, e passarem a se mobilizar. Somente assim a sociedade terá harmonia e paz. Desculpem me pelo falatório, pois apenas desabafei um pouco.
Abraço a todos e todas.
Tom

segunda-feira, 15 de março de 2010

Sou Gay, e agora?

Quando você se descobre homossexual, ocorrem várias mudanças em seu modo de viver e junto com elas vêm algo pior: a luta para ser aceito; Ser aceito pela sociedade, pelos amigos, pelos pais e principalmente por si mesmo.
A homossexualidade nos obriga, na maioria dos casos, a mentir para não magoar as pessoas que amamos, mas que sabemos que talvez deixariam de nos amar se contássemos toda a verdade. Muitas vezes temos vontade de gritar e jogar na cara com todas as letras e volume: "EU SOU GAY"; mas há também aquela hora em que queriamos ser hetérossexuais, pois assim seriamos aceitos, não seriamos tachados como anormais pela maioria das pessoas.
Nossa vida dupla é muito díficil, temos sempre que dar uma satisfação em casa, principalmente se estivérmos nos relacionando muito sério com outro homem; nada de alianças, marca de chupada no pescoço ou namorar em casa.
Ouvimos, muitas vezes, de nossos familiares "Quando irá apresentar sua namorada?"; "Você ficou estranho, não comenta mais nada sobre garotas"; "Queria conhecer essa menina misteriosa que você sai, é estranho ela nunca ligar..."; "porque você não trás suas namorada para almoçar aqui conosco?". E gaguejamos, ficamos aflitos ou até mesmo damos uma desculpa esfarrapada que deixa um ponto de interrogação no ar!
Algumas vezes pensamos em fugir de casa antes de sermos expulsos ou de contar logo para os pais por não aguentar a pressão, mas como saber quando ceder?
Ah, esse é o assunto para minha próxima postagem, até mais!


Um grande abraço de seu amigo,
Jerry

Nosso propósito

Em uma conversa por telefone com meu amigo, descobrimos vários problemas que nós, nossos namorados ou algum amigo também passa.

O preconceito dentro de nossa casa é o primeiro a enfrentarmos e o pior, neste blog iremos postar de acordo com nossas experiências  de vida um guia para ajudar a todos que passam por isso também.

Queremos ouvir a opinião de vocês, nos contando seus casos também e até nos enviando textos para compartilhamento com a galera em geral.

Apesar de sabermos que apenas um blog não é capaz de derrubar um tabu muito grande que é o preconceito, pequenas atitudes podem mudar o mundo.

Espero que curtam o blog e que nos ajudem a divulgá-lo, compartilhando-o com seus amigos.


Um grande beijo do seu mais novo amigo,
Jerry